É o pensamento comum, a todos os guarda-redes, que foram para uma baliza porque existia um Iker Casillas a brilhar em Espanha. Aquele que defendia o impossivel, que mostrava ser possível um “miudo” atingir o topo e vencer tudo. Ele mesmo, com a denominação de “San Iker”.

Não foi, nem é, uma figura unânime em Portugal. Todos percebem a magnitude da sua contratação por um clube português tal como a dimensão que fazia a liga atingir mas nem todos lhe reconhecem a qualidade. E efectivamente não é o mesmo Iker de há mais de 5 anos. É diferente. Tem sido diferente. Hoje olhamos para ele e fez lembrar aquele “menino”, formado no Real Madrid, que subiu a pulso por si. Aquele que fez o Real vencer uma Liga dos Campeões há quase 15 anos. Aquele rapaz que sorria a cada defesa, que reagia de cabeça erguida a cada erro… que era um ídolo para milhões. E muitos quiseram ser Casillas. A maioria de nós foi para uma baliza por nos identificarmos com alguém…

Iker tem sido associado, principalmente depois da saída de Lopetegui e chegada de Peseiro, a clubes na América. Tem sido “crucificado” em haste pública pelas exibições indiferentes, pela incapacidade de reagir à adversidade… por não ser Iker. Aquele que corria em deslocamento lateral ou frontal para impedir, respectivamente, um golo em cima da linha de golo que muitos gritavam golo ou existir sequer um remate de um avançado. Esse Iker vimos hoje. Foi uma exibição de raiva, de nostalgia, voltou a ser um Casillas que não viamos, literalmente, há anos.

Este ano já decidiu jogos a seu favor (clássico na primeira volta com o Benfica, o penalty defendido com o Tondela), já vimos erros (em Guimarães, com o Kiev) mas nada desta magnitude. Aquele nível que nos habituou em tempos. Um nível de “San Iker” que fez muitos adorarem-no ao ponto de chorarem a sua despedida solitária no Real. Ele verteu as lágrimas, nós sentimos. E vice-versa. Aquele que aplaudimos de pé por chegar a Portugal por ser um nome incontornável do futebol mundial. Se não percebem isso pelo seu curriculo, pensem que o ídolo de Buffon é mesmo… Casillas.

Assim vale a pena. Foste Iker. Aquele que nós adoramos. Que exibição perfeita hoje contra o Benfica… (ver aqui) 

  • Gonçalo Xavier.