Portugal continua “vivo” no Europeu’16 e desta vez vai enfrentar, para os Quartos de Final, a Polónia. O próximo adversário então é Fabianski, que até ao momento é uma das grandes figuras nas balizas da competição.

Análise Geral

Łukasz Fabiański, 31 anos, 1.90m e actua no Swansea da Premier League. Está no clube há 2 temporadas, onde somou no total aproximadamente 70 jogos e tem na seleção polaca 34 internacionalizações. Não começou este Europeu’16 a titular mas aproveitou a lesão do compatriota Szczesny após o jogo inaugural (vitória 1-0 à Irlanda do Norte) e não mais largou a baliza. Fez 3 jogos (1-0 à Ucrânia, 0-0 Alemanha, vitória nos penaltys à Suiça após 1-1). Tem sido uma das figuras maiores da competição tendo sido o homem do jogo na última partida.

Foi, durante muitos anos, o número 2 no Arsenal e desde que chegou ao Swansea ganhou nova vida na sua carreira. Tem tido dos melhores momentos na sua carreira, consecutivamente, agora no seu clube actual e ganhou crédito na seleção com tais exibições.

Análise específica

É, provavelmente, um dos melhores “shot-stoppers” da actualidade na Europa. Significa isto que defender, consecutivamente no mesmo jogo, não é um problema. Aliás a sua carreira indica isso mesmo. Deu-se bem em momentos em que era “massacrado” e não se deu tão bem em momentos em que era necessário fazer 1 defesa num jogo (decisiva). Certo é que vive um dos grandes momentos de forma desde que atingiu patamares elevados na Europa. No Swansea é uma das referências e um dos jogadores mais valorizados no clube e da liga inglesa e na seleção não é excepção (apesar de não ter começado a titular nesta competição).

Com isto, detalhando mais, é fantástico dentro dos postes. Reage com facilidade a remates exteriores e interiores com uma velocidade de reacção acima da média e uma capacidade no 1×1 de igual proporção. É bastante agressivo nas abordagens no 1×1, retirando o espaço de pensamento do adversário. Perante lances dentro da área, não desequilibra o corpo e não cai facilmente tornando-se assim difícil de bater neste tipo de lance.

Se tecnicamente é um guarda-redes de alta qualidade, psicologicamente não acontece tal coisa. É um guarda-redes que se galvaniza e se agiganta quando o jogo começa a correr bem mas se acontece alguma eventualidade, pode ser afectado e assim baixar o rendimento. Não é estável a nível anímico apesar de estar, progressivamente, a melhorar esta característica. E actualmente vive um grande momento de forma e “sente” que é imbatível o que camufla este problema anímico. Está altamente confiante e a equipa à sua frente sabe disso.

Um dos seus pontos fracos são as bolas aéreas, principalmente na bola parada. Mantém o seu posicionamento e zona de conforto, reagindo aos remates se existirem. Não é um guarda-redes que saia habitualmente pelo ar em bolas que saiam da sua zona de acção, mas pelo chão antecipa com qualidade os cruzamentos que existam.

Uma curiosidade, que é o que diz a história… Sempre que um guarda-redes tem uma senda de jogos sem sofrer golos ou de alguns minutos consecutivos imbatível, geralmente sofre no jogo seguinte. Os níveis de concentração baixam (tanto no guarda-redes como da defesa à sua frente) e tornam-se complacentes no jogo. Se nos lembrarmos que essa invencibilidade na competição foi desfeita perto do final do ultimo encontro, então a tendência (de balizas invioladas) poderá inverter-se na próxima partida.

Um guardião que se pode chamar de “underdog” e que se agiganta nestes momentos. Portanto não deverá ser menosprezado…

Em suma, é o guarda-redes mais completo que Portugal vai enfrentar até ao momento.

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