Estamos a poucos dias de descobrir quem será o vencedor do Europeu’16 e Portugal encontra-se nos últimos 4 participantes na competição. Até ao momento registou 5 jogos e 5 empates, mas foi o suficiente para chegar às meias-finais. Irá enfrentar amanhã o País de Gales num jogo que promete qualidade.  Fica, como vem sendo habitual, a análise a Hennessey.

Análise Geral

Wayne Hennessey, joga no Crystal Palace (Premier League), tem 29 anos e 1.97m. Não teve dias felizes esta temporada no clube, sendo muitas vezes a principal vítima da ira dos adeptos e do seu treinador pelas más exibições colectivas, sendo o culpado para esses intervenientes.

Conta, neste momento, com 61 internacionalizações. Não começou este Europeu’16 como titular, mas sim Danny Ward (Liverpool). Teve uma lesão nas costas a poucos dias da estreia e falhou a partida inaugural (vitória 2-1 à Eslováquia). Recuperou a tempo para o segundo jogo da fase de grupos e nunca mais largou a titularidade. Esteve em 3 vitórias (a Russia, Irlanda do Norte e Bélgica) e na derrota por 2-1 contra Inglaterra. Nas vitórias apenas sofreu golo contra os belgas num remate exterior, naquele que foi um dos melhores golos da competição.

O seu nível, em comparação com os restantes adversários nas balizas até ao momento de Portugal, é médio/alto. Fica apenas atrás, pela experiência e qualidade em todos os parâmetros de Fabianski e Subasic.

Análise específica

Em termos de modelo de jogo, do seu clube para a seleção não muda muito. Em traços gerais, defendem ambas em bloco baixo e partem para rápidos e objectivos ataques. Ao defender em bloco baixo, não pode ter uma postura mais “ofensiva”. Apesar da postura defensiva e desta particularidade dos contra-ataques rápidos, o País de Gales faz alguma posse de bola e organiza o jogo de trás para a frente. Mas para o guarda-redes importa mais falar do posicionamento do bloco defensivo. É uma equipa que defende muito junta, obrigando Hennessey a estar perto da linha de golo. É assim no clube e na seleção… e mantém essa filosofia constantemente.

É um guarda-redes forte fisicamente. Tem cerca de 90kg e 1.97m. Assusta no momento do 1×1 (sendo mesmo das suas melhores qualidades) mas não usa o físico para se impor nas alturas. Mantém muito o seu posicionamento defensivo sendo raras as saídas (pelo ar) para evitar males maiores. Este posicionamento acontece em cruzamentos de bola parada ou jogo corrido. Podem acontecer, pontualmente, tais saídas, mas não acontece com regularidade antecipar as jogadas pelo ar esperando pelo remate dentro dos postes. Sente bastante dificuldade com cruzamentos tensos para o 1ºposte/zona frontal porque fica no seu espaço e não os antecipa.

Poderá ainda ser uma consequência da recente lesão nas costas, mas tem tido dificuldades em bolas rasteiras e principalmente para o seu lado direito. Nos últimos 5 jogos que fez pela seleção (os 4 que fez no Euro e o último amigável) sofreu 4 golos em que em 3 deles foram para o seu lado direito e uma para o meio num ressalto no jogo contra Inglaterra. Nos remates para o seu lado direito desvia na maioria das vezes, podendo existir hipótese de 2ºbola para o adversário. Tal já não acontece do seu lado contrário onde protege-se com mais facilidade. Esta dificuldade no seu lado direito é mais evidente em remates frontais, na diagonal tem menos problemas neste aspecto.

Tem como uma das maiores qualidade o 1×1. Abre os braços e cobre rapidamente os espaços possíveis de remate. Tem nestes momentos algumas das melhores paradas da sua carreira e neste Europeu já fez uma defesa deste género de grande calibre. Apesar de ser pouco reativo (fruto do seu porte atlético) por vezes, por via do posicionamento, consegue evitar bolas de perigo perto da linha de golo.