Ainda falando da temporada passada, no dia que começa a época 2016/17, é tempo de referirmos os destaques das balizas.

Sem mais demoras, a nossa eleição para melhor guarda-redes em 2015/16 no campeonato português: Rafael Bracalli (Arouca). Mas porquê?

Foi um campeonato bastante agradável de assistir no que diz respeito aos guarda-redes, principalmente pela juventude que ganhou destaque em algumas balizas a nível nacional com Miguel Silva (Vitória SC), Claudio Ramos (Tondela) e até mesmo do campeão nacional, Ederson Moraes (SL Benfica). Mas numa prova de tão longa duração é necessário avaliar pelo todo… e não pela parte. Nenhum destes fez o campeonato inteiro e como tal louva-se a sua importância nos trajectos das equipas, mas para esta eleição não foram nomeados.

A equipa d’A Última Barreira tinha como opções finais, além do já referenciado vencedor, Rui Patricio (Sporting CP) e Marafona (Paços de Ferreira/SC Braga). O primeiro fez, talvez, a sua melhor época no clube leonino desde que assumiu a titularidade há mais de 7 anos. Mais concentrado, mais consistente, poucos foram os erros a apontar no decurso da época. Foi em crescendo e culminou mesmo na brilhante exibição no Euro’16 do qual foi eleito o melhor guardião da competição. Evoluiu bastante na época passada com os olhos postos no título de campeão nacional e foi crucial no 2ºlugar alcançado pelos leões. E maior destaque tem de ser dado à sua prestação quando a defesa do Sporting, durante a época, mudou imenso. Já sobre Marafona, teve uma primeira metade da época melhor que a seguinte. No Paços apresentou um nível bastante elevado mas em Braga acabou por ser uma vítima do mau momento da época do clube bracarense. As provas acumularam-se e o clube foi decaindo de forma no campeonato (competição onde Marafona era titular) e foi exposto a inúmeros erros e desconcentrações a nível colectivo. Não esteve mal a nível individual, de todo, prova disso foi a sua importância na conquista da Taça de Portugal.

Mas porquê Bracalli? 

Se o facto de dizermos que o Arouca foi à Liga Europa, pela primeira vez na sua história, não chega, então cá vai uma melhor justificação:

Bracalli fez a sua melhor época em Portugal. Nem nos tempos no Nacional da Madeira, de onde partiu para o Dragão, foi tão consistente e importante no êxito colectivo como na época passada. Todas as semanas, de forma sucessiva, Bracalli fazia uma intervenção qualquer decisiva para o resultado final. Seja num remate exterior, seja num penalty defendido, seja num alivio do adversário para a área que ele agarrava de forma serena no último suspiro da partida. Foi vital para o sucesso do Arouca na época passada. Bateu mesmo alguns recordes como o de imbatibilidade ou de penaltys defendidos na época passada. Tudo isto, longe dos grandes holofotes maioritariamente direcionados aos três grandes em Portugal, foi incrível para quem acompanhava de perto. Bracalli está a viver dias de sonho a nível exibicional. E é um prémio justo para o seu trabalho.

  • Gonçalo Xavier – A Última Barreira