Há momentos de definição em que alguém tem de assumir as despesas dos instantes e dos jogos.
Hoje o jogo, em Mónaco, tinha acabado de começar e o Dortmund sabia que teria que ser suficientemente competente na frente e ser igualmente atrás de forma a não dar uma maior vantagem aos franceses. Esta última parte confirmou-se… a estabilidade defensiva dos alemães é que não.
Ainda nem 180 segundos tinham passado na partida quando o lateral do Mónaco prosseguiu com a bola como quis e arriscou o remate. A defesa do Dortmund mostrou passividade naquele momento e alguém tem de dizer “presente” para evitar males maiores. E Roman Burki que costuma ser mentalmente (e tecnicamente) frio nas decisões, foi displicente, em linha com a sua equipa. Era aquele momento em que tinha de sobressair pela positiva e diferenciar-se dos demais. E não conseguiu.
Faz o desvio para a frente após remate forte do adversário e aí Mbappé nem hesitou e fez o golo inicial. Era tão pouco provável que Burki defendesse para a frente que toda a defesa alemã permaneceu à espera no final da área que Burki agarrasse a bola. Ora vejam:
Se o Dortmund estava “apertado”, naquele momento mostrou também não ter forças para inverter a tendência. E acabaria mesmo por perder 3-1 contra um Mónaco vertiginoso nas abordagens ofensivas explorando a objectividade dos seus avançados e a sua profundidade no campo.
Como seria o jogo se Burki não tivesse desviado de forma displicente aquela bola? Como seria se mesmo que isso tivesse acontecido a defesa cortasse a bola evitando a recarga? Muitas são as questões mas naquele momento, tão cedo no jogo, rapidamente se perceberia que a nível anímico a equipa alemã não estava em campo e permitiu que o Mónaco fosse competente em todas as suas acções no jogo. Esta foi apenas a inicial e que, talvez, tenha influenciado o correr da partida. Nem Burki nem os colegas disseram “presente” mas, neste lance em específico, era o guarda-redes que podia ter remado contra uma maré de passividade que atravessou os seus colegas de equipa antes do primeiro remate. E não conseguiu. E isso definiu o jogo também. Um jogo que teve na base o insucesso e que terminou da mesma forma.
E tanto teve culpa no golo… que não teve qualquer problema em admiti-lo no final da partida. (ver aqui)
Foto: Reuters
- Gonçalo Xavier – A Última Barreira