Esta jornada europeia foi pródiga em surpresas (nas titularidades de Porto e Benfica) por José Sá e Svilar respectivamente.
E ambas tiveram curiosidades: sofreram golos com erros próprios. Mas, contudo, o julgamento pela imprensa nacional foi díspar. E estas imagens são elucidativas:
Duas capas do Record… duas abordagens distintas em apenas dois dias. Apesar da palavra usada ser a mesma, o vulgo “Frango”, o tamanho da letra é pertinente salientar e até as imagens escolhidas. Dum lado surge sozinho José Sá como foco de uma derrota e do outro surge um “triste” Svilar que está a ser acarinhado por Lukaku. E a palavra “frango”, no lado direito (capa de hoje) até se perde no meio de tanta escrita existente na mesma ou seja, o impacto é diferente no leitor.
É uma questão de posicionamento de forma intencional. Nada é colocado por acaso. E este é apenas um exemplo de muitos outros na praça pública. Mais do que a questão de ser perceptível a razão de Sá ter jogado, que não é ainda mas pode ser nos próximos dias, é necessário salientar o julgamento tão rápido a alguém. E estes casos têm origens geralmente a portugueses (vejam aqui um artigo onde falamos disso mesmo) Até Casillas, quando errava, não via este julgamento em praça pública.
O erro, quando um português, é explorado ao limite a nível nacional. Se for um estrangeiro receberá esse tratamento? A imprensa estrangeira, nomeadamente a inglesa, “bateu” (erradamente e exageradamente) na titularidade de Svilar e da escolha de Rui Vitória. É curioso ver estas diferenças. E ambas as posturas estão incorrectas porque o equilíbrio de forças tem de existir, como tudo na vida.
E pegamos em José Sá como podíamos falar de Bruno Varela. Não discutimos a qualidade de Bruno comparada à de Svilar. Mas o tratamento na imprensa e aqui, principalmente, do treinador Rui Vitória ao defender um em público com elogios após erro (Svilar) e não comentar o assunto (Bruno Varela) e retirá-lo logo a seguir ao erro, mostram estas discrepâncias. Não é só na imprensa (apesar desta a acentuar por vezes) mas também nas lideranças portuguesas. E é incoerente o discurso e a forma de fazer as coisas. E é isso que criticamos na maioria das vezes, não a qualidade. Uma questão de comunicação incoerente perante dois jovens de potencial, em diferentes estados nas suas carreiras.