Filipe Mendes mostra algumas capacidades raras em Portugal. E esta descrição é sincera. A nível de postura, equilíbrio corporal, confiança… é acima da média nestes aspectos e transcende-se por essa razão.

Hoje contra o Benfica voltou a mostrar tal… numa foi herói (num penalty defendido – ver aqui) e na outra fica apenas com o sabor do “quase” por culpa da incoerência em comparação com o seu pensamento habitual. Mas antes de explicar esta última parte é importante salientar o penalty: leitura corporal perfeita do adversário e a espera, até ao remate, do adversário. Tudo perfeito… culminou com uma grande defesa.

Sobre o lance do golo sofrido, aos 97 minutos, de livre directo… é preciso uma análise exaustiva.

Comecemos pela barreira:

7 homens do Belenenses ao qual se juntam 4 do adversário. Algo demais não?

Continuemos pelo que isto origina…

Zero visão do guardião do lance e a perda total do controlo do mesmo que começou no excesso de jogadores na barreira e terminou consigo “com o corpo baixo” à procura da bola.

Passemos ao passo de adivinhação…

Quando o remate parte, dá um passo para o lado da barreira em jeito de adivinhação, não permitindo reagir ao remate… que saiu para o seu lado. E este passo a adivinhar foi com dois passos e posteriormente fixou os apoios, impossibilitando que respondesse do seu lado.

E passando à razão do artigo… é incoerente.

O excesso de jogadores na barreira mostrou ao adversário que não estava confortável no mesmo. Passou a vantagem toda a nível mental para o adversário que não estava bem mas que ganhou alento com estes pequenos pormenores. A superioridade mental que Filipe Mendes teve no penalty… não conseguiu ter neste lance. É pena, mas é a consequência para a dispersão de pensamentos, sendo eles dúbios nestes contextos.

  • Gonçalo Xavier – A Última Barreira