O plano do Liverpool era condicionar a construção de Ter-Stegen. Como este evitou mais problemas? Com boa técnica e decisão

O jogo nas meias-finais da Liga dos Campeões entre Barcelona e Liverpool, que ficou 3-0 para a equipa espanhola, teve um desfecho ao nível do resultado imprevisível e também enganador tendo em conta a forma como decorreu a partida. Nesta, um dos pontos basilares para a segurança defensiva do Barça foi o guardião, Ter-Stegen. Seja a defender, seja… com os pés.

Deixar a equipa respirar, posicionar e estar apta a receber com o intuito de trazer a bola controlada desde a baliza, é um processo difícil, principalmente a alto nível. O Liverpool tinha tudo isto previsto e o plano era mesmo este: condicionar, com pressão forte, a primeira construção da equipa espanhola. Com uma pressão alta, e com um elemento mais central para fazer pressão mal Ter-Stegen recebesse a bola, e com os alas a pressionar entre os laterais e defesas contrários, foi complicado garantir uma primeira bola jogável na primeira fase. A procura de condicionar o a organização contrária foi notória tal como o grande desgaste físico e mental para os comandados de Klopp. Conseguiram criar problemas mas a qualidade dos elementos mais atrás da equipa catalã, desde Ter-Stegen a Piqué ou Busquets… conseguiram contrapor esta intenção.

Para curiosidade, e já com o Barcelona bem preparado para responder a esta pressão contrária que correspondem às intenções do Liverpool, o maior número de passes que Ter-Stegen recebeu foi de Piqué e o maior número de passes que fez foi ao mesmo jogador… e a Arturo Vidal, a meio campo, que era o elemento do meio campo que o alemão procurava para ganhar a bola na altura quando pressionado. Era entre Vidal (assinalado a amarelo), no centro mas em movimentos para fugir à pressão contrária, e os laterais projectados, sendo este zona lateral mais segura para colocar a bola após pressão. Os dois maiores alvos da pressão do Liverpool foram Piqué e Ter-Stegen na primeira organização defensiva e depois Busquets na fase intermédia após receber da defesa. Ver imagem seguinte com os dados UEFA das maiores ligações em passes entre os jogadores do Barcelona:

E como se contorna isto? Com boas decisões e com boas acções. Ou seja, com inteligência, calma e técnica. Vejam os passes colocados por Ter-Stegen, nessa partida, e tentem entender a razão para cada tentativa de saída a jogar pelo defesa, pelo lateral ou mais longa para o médio e como isso estava devidamente previsto e não deixado ao “aleatório”. Muita qualidade. A calma que o alemão que transmite à equipa e confiança com que usa os dois pés para convergir o jogo no sentido integrado… é incrível. Fica o video: