#29 Cleiton Schwengber – O gigante brasileiro que domina fisicamente e precisa de estabilidade na decisão
O guardião brasileiro do Atlético Mineiro, Cleiton, de 22 anos de idade e 1.90m de altura, é uma das maiores promessas brasileiras nas balizas do país mesmo tendo surgido em maior destaque apenas esta época.
A brilhar no Brasileirão e na Taça Sul-Americana de clubes (onde foi eliminado nas meias-finais), é também ele – pelo que parece pelos últimos amigáveis – o titular da selecção u23 (olímpica) do Brasil. Fixou-se na titularidade há poucos meses e tem correspondido com mais ou menos assertividade. Pelo perfil/potencial, faz sentido entrar neste “Olheiro UB”, muito mais que o rendimento (que até apresenta) no clube de momento.
O perfil idêntico a Ederson Moraes:
Além da semelhante morfologia, tem pontos de convergência também nas capacidades com o internacional brasileiro que brilhou, e foi campeão, em Portugal e hoje é também campeão em Inglaterra. O domínio da defesa de baliza, a ousadia/coragem e, também… a força e alcance dos passes mais longos com os pés. Tem uma capacidade atlética e força acima da média daí que seja um perfil interessante para ganhar outras valências importantes num guardião moderno, por exemplo, no momento ofensivo, num raio de acção maior e com mais responsabilidade.
E sobre o alcance dos seus passes longos, no chão ou em volley… vejam o seguinte vídeo:
A impetuosidade atlética vs tomada de decisão:
Não é o guarda-redes mais dotado na tomada de decisão além da defesa de baliza, nem o melhor tecnicamente. Muitas vezes não utiliza a melhor técnica para determinada acção de defesa. Contudo, como já referido, o perfil indicia que possa crescer (e muito!) noutras capacidades que vão além da defesa pura de baliza e que possa ser mais valorizado também pelo momento ofensivo do jogo, bastando o devido e certo estímulo para tal. Dá muito atleticismo e impetuosidade às suas acções. A forma convicta e forte com que defende na baliza, um pouco mais à frente da linha de baliza, para cortar trajectórias dos remates são demonstrativas deste conforto. Bem equilibrado e posicionado nesses momentos, acompanha muito acertadamente cada lance que entre nas imediações da sua área defensiva e que impliquem ajustes meticulosos para estar apto para a defesa de baliza. E isto, aliado à sua capacidade atlética, é uma combinação difícil de quebrar pelo adversário.
Esta impetuosidade aplica-se além do momento de defesa de remates. Muitas vezes, no espaço fora da área e no ar, apresenta estas características. Se por um lado é bom, sinal da vivacidade e foco do GR na baliza, também tem o lado contrário da balança que é da decisão em ir muitas vezes está errada (seja pelas trajectórias da bola mais irregulares, pela superioridade defensiva no lance e que não exigem acção do GR, entre outras). Tem de equilibrar estes ímpetos para dar mais estabilidade à sua defesa pois nem todas as bolas são para se jogar/defender mesmo que, tal o foco na partida e conforto físico, se mostre o jogo desta forma mais emocional que racional. E é neste controlo que está a diferença entre um guardião mais de “engate” e que se deixa levar pela emoção e adrenalina do jogo e um bom guarda-redes.
Muito por onde crescer…
Qualquer jogador torna-se, tendo por base o potencial que possa apresentar, naquilo que lhe ajudam a ser no seu processo de formação/rendimento. Devidamente guiado, podem ser algo que nunca esperariam ou aqueles que muito se espera… acabarem por não atingir o “céu” como prometiam. Cleiton é um dos primeiros casos: tem capacidades mais “inatas” como o perfil mental e morfológico (e muito apetecível no mercado dos guarda-redes) mas muito por onde melhorar.
Se com os pés tem a força e alcance incríveis que faz a defesa contrária recuar alguns metros, também precisa de ter mais acerto no momento de usar e também na acção em si, e de crescer com a bola nos pés (marcar ritmos, entender a defesa e pressão contrária) de forma a dar seguimento aos lances de forma mais “limpa” e que não gerem problemas à sua defesa. Se é muito bom no 1×1 e na defesa em remates interiores (na área), não possui a melhor acção na defesa após cruzamentos – tendo dificuldades na leitura de trajectórias após cruzamentos. Tem conforto no espaço e podia ter melhor decisão fora do espaço (claro está, se a equipa pedir que o GR seja esse “líbero” nas costas da defesa). Ou seja, tem o potencial mas ainda não está devidamente optimizado. Mas dada a experiência curta no profissional, tem larga margem para crescimento. Falta equilibrar tudo isto e trazer mais homogeneidade e estabilidade ao seu jogo e desempenho individual.
E é nisso que cremos pelo perfil que tem e por já estar a ter, aos 22 anos de idade, momentos competitivos que serão essenciais no seu crescimento como GR como o Brasileirão e a Selecção Olímpica do Brasil.
Fiquem com algumas das suas defesas no último ano:
Sigam-nos no Twitter: A Última Barreira e UB Coach