(Artigo) A organização do espaço de treino e material para melhorar o GR… e também não originar lesões!
Existem dois pensamentos (entre muitos outros) que devem ser transversais na organização do exercício mediante o espaço e material/recursos disponíveis: o que queremos trabalhar/melhorar no nosso guarda-redes e o espaço, e como está disposto, para essa melhoria. Por parte:
- O que queremos trabalhar/melhorar no nosso guarda-redes:
Esta pergunta depende dos padrões que acontecem no futebol actualmente, no país ou competição onde estamos inseridos e também pela crença na melhoria de capacidades dos guarda-redes para o “nosso jogar” e para o “jogar de futebol” nas mais diversificadas funções. Se ao nosso guarda-redes pedem que ele saiba jogar com os pés, essa capacidade tem de ser trabalhado no específico no pormenor (recepção e qual o pé a fazer e porquê, como orientar o corpo antes da bola chegar, comunicar, jogar com os dois pés, entre outros) que são potenciados pelo treinador de guarda-redes e no integrado, com a equipa, onde podem ser potenciadas com situações mais reais de jogo em número de elementos e constrangimentos e também no espaço, onde o TGR – se não tiver que trabalhar com os outros guardiões que estão de fora – pode intervir também de forma activa.
Mas a segunda pergunta e a menor unanimidade na resposta, causa preocupação e daí o motivo desta partilha de dicas – se é que temos legitimidade para isso, mas gostamos de nos preocupar com os nosso guarda-redes:
- A organização do espaço de treino e material para melhorar o GR:
Já sabemos que é uma “guerra” para ter espaço, material e até mesmo um número de guarda-redes condigno para uma unidade de treino o mais completa e diversificada, mas sempre com orientação mais ou menos directa ao jogo. E quando o temos, necessitamos de nos preocupar de forma activa com a preparação dos nossos jogadores mas, também, com a sua segurança. E há coisas que podemos e conseguimos controlar, e uma dessas coisas é a disposição do material (e onde o colocar).
Por favor, evitem colocar material na zona da bola onde o GR vai ter que cair/voar e possa ter riscos de lesão. Por exemplo, colocarem 1-3 barreiras a partir do cento da linha de golo, o GR ter de fazer trabalho de impulsão e por exemplo desviar a bola por cima e que implique uma queda nesse espaço das barreiras. É escusado pelo risco que acarreta. Ou fazer essa impulsão, defender num dos lados e a segunda repetição ser nessa zona onde este material está disposto. Esse trabalho de impulsão é útil e necessário mas usem numa zona da baliza mais lateral e trabalhem os voos e quedas do GR no lado contrário onde não haja risco de cair com o corpo em cima deste material e assim contraírem lesões. E, além deste risco, há o risco do guarda-redes não dar o “máximo” por ter esse receio de cair sobre o material que está disposto na sua zona onde terá que voar e defender. São estas pequenas coisas que, felizmente não acontecem muitas vezes… mas ainda acontecem e é necessário ter cuidados para garantir o bem-estar dos nossos guarda-redes e eles poderem desenvolver as suas capacidades.
Nem tocamos num tema que é bastante discutido entre treinadores que é a questão de haver, ou não, material dentro da baliza na zona de movimentação e acção do GR. Essa é outra discussão e com muitos pontos de vista admissíveis nos dois quadrantes opostos de opinião. Mas esta de não haver material onde o GR irá ter uma acção de forma directa, principalmente material deste tipo para estes movimentos/acções é essencial. E é facilmente controlado pelos treinadores de guarda-redes.
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💬 Be aware of this in your GK training session:
– Do NOT put material (specially steps and barriers) in goal-line and make the GK diving in that space with material closer. They will have injuries risk and its unnacessary
If you want to use material, keep far from that space pic.twitter.com/m1CvagyABy
— UB Coach (@coach_ub) September 21, 2020