A antecipação ao invés da reação – Um passo dado antecipadamente que muda tudo (Análise)
Costuma-se dizer que bola na pequena área tem de ser do guarda-redes. É um dos imensos ditos e achismos populares que existem que não correspondem a uma verdade universal e que é um bom escape para atribuir culpas sem grande fundamentação. Contudo, há algo no mesmo que é necessário ouvir com alguma abertura: em zona central, pelo menos, deve servir para despoletar uma análise mais cuidada do “porquê” cabecear tão confortável.
Vejamos este lance sofrido pelo Cuiabá contra o Atlético Mineiro em cima do intervalo e que firmaria o resultado final:
Existe uma tentativa de remate, onde o guarda-redes está bem posicionado caso não fosse intercetado e depois continua a bola a ser disputada pelo adversário com um defesa contrário e que foi cruzada, da linha de fundo para a pequena área para o cabeceamento que deu o golo.
Ora se a zona em que é cabeceada a bola é um “trigger” para se ver melhor o lance e a interpretação do guarda-redes, também é relevante o sítio e momento e forma onde é cruzada a bola.
O guarda-redes permaneceu praticamente no mesmo espaço numa bola que inicialmente era de remate e que passou a cruzamento da linha de fundo, com bola coberta, onde não havia hipótese de remate e a maior probabilidade seria de a bola ser “bombeada” para o único jogador que podia marcar golo – ou dois, já que está outro mais atrás – que se encontra do meio da baliza para o lado oposto. E o GR está junto ao poste, sem ver nada do que se passa à sua volta.
E se antes se disse alguns triggers que algo não estava bem, também, como o GR reage ao cabeceamento também pode mostrar. Se não está equilibrado e pronto a defender, se esboça alguma reação após estar bem fixo. No caso não estava não estava preparado para defender, como se vê nas imagens seguintes.
Voltando ao título: A antecipação ao invés da reação – Um passo dado antecipadamente que muda tudo… a seguinte imagem:
Portanto a sugestão seguinte de posicionamento, que seria ideal para até evitar o cabeceamento, não é uma questão de preciosismo de secretária mas uma realidade empírica que o guarda-redes precisa de ser proativo para otimizar a sua tomada de decisão para o maior número de cenários provável. No caso cruzamento direto à baliza ao primeiro poste, um cruzamento para o homem que marcou ou ainda mais largo. Tem de haver alguns ajustes porque as ações do adversário e os perigos que são oferecidos para marcar golo não são os mesmo.
A amarelo o que aconteceu, a branco a sugestão de posicionamento. Porque a hipótese mais provável estava entre as duas últimas referidas no parágrafo anterior e mesmo que fosse ao primeiro poste direto à baliza o GR estaria pronto para evitar o golo. Onde estava nunca conseguia ver o jogador que cabeceou nem, não saindo ao cruzamento – que foi a sua primeira intenção, hesitando no movimento e depois recuando – evitar o golo porque não estaria equilibrado para defender. A sugestão faria estar “mais perto” da hipótese de sair cruzamento e antecipar à frente do avançado não havendo qualquer remate. É uma das muitas vezes onde a reação não justifica a não antecipação. É preciso mais proatividade e tentar ser “mais”.