A final da Liga dos Campeões, por passos, de Ederson Moraes na vitória inédita do Manchester City (Análise)

A primeira conquista do Manchester City a nível europeu teve um Ederson na baliza como há muito não se via. Principalmente pelo grau de dificuldade em algumas ações que foram essenciais para o resultado final de 1-0 contra o Inter de Milão.

Não começou tão assertivo, tentando provavelmente que a pressão do jogo que estava nos ombros de toda a estrutura do City – pelo que têm jogado e porque a expetativa era única: a de serem campeões europeus – fosse amenizada por uma maior tranquilidade nas ações desde cedo. Mas o jogo de Ederson teve várias camadas técnicas, táticas e mentais muito interessantes de salientar.

    1. Tranquilidade em excesso contra jogadores sedentos e à espreita de qualquer erro adversário: Cada equipa mostrava aqui como encarava o jogo: uma mais tranquila, por vezes até passiva, outra à procura de qualquer momento para ferir o adversário.

2. Abrir campo desde trás, GR + 3 fazendo uma linha de quatro para esticar adversário e procurar jogador livre acima da pressão: Predominantemente com Ederson na posição de central esquerdo, até para uso do pé esquerdo. O jogador normalmente estava no médio longe, na diagonal, que tinha um dos defesas contrário em dúvida se saltava nesse espaço ou não. Os outros estavam a ser marcados individualmente (do lado da bola).

3. Intercalar distribuição curta com longa mas, principalmente no maior sufoco do Inter, ver e colocar longe: Não há fundamentalismos. Para se jogar bem curto, é preciso intercalar com passe longo para criar dúvida no adversário. E, principalmente, no momento de aperto, é necessário jogar com os momentos do jogo. Equipa a ganhar, a outra equipa a pressionar e a estar perto várias vezes do golo, não há problemas: ver longe – e Ederson tem essa boa capacidade de distribuição longa, é usada ao serviço da equipa para não a expor a mais momentos de sufoco defensivo.

4. Momento defensivo: defesa de baliza: 3 grandes defesas, uma após um erro defensivo em que compensou muito bem num 1XGR, outra em que entre dois cabeceamentos soube mover-se na baliza com qualidade, antecipação e rapidez ao ponto de “levar com a bola” na perna e a última a defesa mais incrível. Um grande desvio de cabeça, no último lance do jogo que Ederson ataca a bola com uma mão, mostrando claramente que aquele espaço era dele e naquele dia não seria quebrado. Essencial para a vitória pela sua qualidade defensiva, um guarda-redes tão salientado pelo que dá ofensivamente. 

5. “É MINHA”! – A saída perto do fim do jogo, numa bola colocada no ar no limite da área que com autoridade agarrou. Presença, autoridade, confiança nas suas capacidades… e ficou nas suas mãos!

Um jogo que mostrou um Ederson muito mais racional nas suas ações, sem querer ser “bombeiro” a todas as bolas e a ditar, defensiva e ofensivamente, o tom para a equipa.